Patrícia Galvão, mulher, mãe, feminista, separada, poetisa, romancista, jornalista, cronista, protagonista, comunista, torturada, polêmica, irreverente e um mito. Não me acostumo com o nome Patrícia Galvão, não consigo chamá-la assim. Pagu, parece até que somos intimas. Audaciosa eu! Na verdade, na verdade, “Pagu foi um anjo anárquico que veio ao mundo para nos inquietar”, disse Plínio Marcos, e isso que ela faz comigo.
Tenho uma amiga que não gostou certa vez de ser comparada a Pagu, pois a achava feia. Acho ambas lindíssimas com seus traços marcantes e seu batom vermelho.
Durante um tempo não se falou sobre ela. Na década de 80, Augusto de Campos publica Pagu: vida e obra (1982, Brasiliense), uma antologia belíssima, com escritos, desenhos, fotos, notícias, testemunhos de e sobre Pagu. Livro que revisito periodicamente, como neste fim de semana. São os meus pequenos encontros com Pagu. Por isso essa postagem.
Este livro trouxe Pagu de volta aos holofotes. Pagu virou um ícone para o feminismo, uma figura emblemática, construída, revisitado e recriada quase num movimento antropofágico neste mito.